São Paulo (SP) - A Petrobras recebeu autorização da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para a expansão da capacidade do duto que liga São Paulo a Brasília, responsável pelo abastecimento de combustíveis da região Centro-Oeste. A expectativa da empresa é que a obra seja concluída até 2016, eliminando a necessidade de 40 mil viagens de caminhão por ano entre Campinas, onde está a maior refinaria da estatal, e a capital federal. A obra tem o objetivo de acompanhar o crescimento do consumo de derivados de petróleo na região.
O Oleoduto São Paulo-Brasília (Osbra) transporta gasolina, óleo diesel e gás liquefeito de petróleo para o abastecimento do Oeste de São Paulo, do Triângulo Mineiro e de estados do Centro-Oeste, região onde o consumo de combustíveis tem crescido acima da média nacional. Segundo dados da ANP, as vendas de derivados de petróleo na região cresceram 63,2% entre 2004 e 2013, puxadas pelo aumento no consumo de gasolina (70% de alta no período). Em 2014, o mercado local continua aquecido, com vendas totais no primeiro semestre 5,9% superiores às registradas no mesmo período do ano anterior.
As restrições logísticas chegaram a causar problemas em municípios do Centro-Oeste no início da década, com falta de gasolina em alguns postos. Em 2012, o governo chegou a mobilizar os agentes do setor de petróleo para discutir medidas para garantir o abastecimento em locais distantes das refinarias (principalmente Nordeste e Centro-Oeste) — processo que culminou com o estabelecimento de estoques mínimos de combustíveis por região, em volumes suficientes para garantir o suprimento por três a cinco dias, dependendo do caso.
Com a expansão, a capacidade do Osbra saltará dos atuais 3,9 milhões para 11,1 milhões de metros cúbicos por ano. A tubulação sai da Refinaria de Paulínia e passa por terminais de armazenagem em Ribeirão Preto (SP), Uberaba (MG), Uberlândia (MG) e Senador Canedo (GO) antes de chegar a Brasília. O projeto de expansão está baseado na ampliação da capacidade de bombeamento do duto, com a instalação da quarta bomba principal de 1,6 mil HP e da quarta bomba auxiliar de 270 HP.
Além disso, serão instalados seis novos pontos de injeção de polímero redutor de atrito, para facilitar o escoamento dos produtos. Segundo a estatal, com as melhorias, a capacidade nominal de bombeamento do Osbra passará de 1.200 para 1.450 metros cúbicos por hora. Atualmente, além do Osbra, a logística de combustíveis para o Centro-Oeste usa ferrovia e o transporte rodoviário, que deve ser parcialmente substituído com a expansão da capacidade da tubulação.
Considerado uma alternativa mais barata, o transporte dutoviário de combustíveis ainda é pouco utilizado no Brasil. Segundo dados do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos), o modal tem uma participação de apenas 3,8% na matriz de transporte brasileira, contra uma fatia de 19% nos Estados Unidos. Em estudo de 2011, pesquisadores do instituto destacam que há apenas dois dutos de grandes distâncias para movimentar derivados de petróleo no país: o Osbra e o Oleoduto São Paulo-Santa Catarina (Opasc). O Plano Nacional de Logística de Transporte (PPNLT), não prevê crescimento relevante de participação do modal na matriz até 2031.
Fonte:Brasil Econômico
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