A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não espera que a demanda global pela commodity atinja um pico antes de 2040, apontou o cartel nesta terça-feira, embora preveja que o crescimento no longo prazo se abrande logo depois.
Durante décadas, o consumo de petróleo cresceu quase todos os anos, mas as grandes petrolíferas e os especialistas estão tentando antecipar quando a demanda pela commodity tenderá a diminuir, em razão de ganhos de eficiência energética, bem como da disseminação de veículos elétricos e de regulamentações governamentais mais restritivas aos combustíveis fósseis.
A Royal Dutch Shell e a Statoil preveem que a demanda global alcance um pico em 2025 ou 2030. As americanas Exxon Mobil e Chevron, por sua vez, não consideram que tal pico será atingido em breve. A previsão da Opep, por sua vez, vai ao encontro da estimativa da Agência Internacional de Energia (AIE), que considera que a demanda global por petróleo crescerá lentamente para além de 2040.
Na perspectiva anual sobre o mercado petrolífero, a Opep considera que o cenário de um crescimento econômico global mais lento do que o esperado, como consequência de um aumento do protecionismo e redução das trocas comerciais poderá afetar a procura até 2040, resultando em demanda de cerca de 107,5 milhões de barris por dia naquele ano.
Contudo, se este cenário não se concretizar, o cartel prevê que a demanda de longo prazo aumente 15,8 milhões de barris por dia, atingindo os 111,1 milhões de barris por dia em 2040, face a 95,4 milhões de barris por dia em 2016. Esta expansão deve ser alimentada pelo crescimento da população e pelo desenvolvimento da classe média nos países em desenvolvimento.
Já a demanda na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), um grupo integrado essencialmente por países ricos, deve cair o correspondente a 8,9 milhões de barris por dia até 2040, motivada pelo lento crescimento populacional, maior eficiência energética e pela disseminação dos veículos elétricos.
Para o médio prazo, a Opep elevou a projeção de demanda global e agora espera um aumento de 6,9 milhões de barris por dia a partir de 2016, subindo a 102,3 milhões de barris por dia em 2022.
O relatório do cartel destaca também que o ritmo de crescimento da demanda global deve se abrandar a 810 mil barris por dia em 2022, face a 1,45 milhão de barris por dia em 2017, em consequência da elevação dos preços do petróleo, de ganhos de eficiência, do baixo crescimento populacional na OCDE e na China, bem como pelo avanço dos combustíveis alternativos.
Fonte: Valor Econômico
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