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Matérias / Biocombustíveis
 
Biocombustíveis podem resolver demanda argentina por energia
As duas maiores fontes energéticas da Argentina são o gás natural, seguido pelo petróleo
13/04/2015

 Buenos Aires (ARG) - Os combustíveis renováveis, como o biodiesel e o etanol, podem sustentar o aumento da demanda por energia da Argentina.

 
A avaliação foi feita por pesquisadores participantes de uma sessão sobre energia durante a FAPESP Week Buenos Aires, realizada pela FAPESP em parceria com o Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Técnicas (Conicet) entre os dias 7 e 10 de abril, na capital da Argentina.
 
“Somente o aumento da participação do biodiesel e, em menor escala, do bioetanol na matriz energética argentina pode sustentar o crescimento da demanda de energia doméstica do país”, disse Geraldo Rabinovich, pesquisador do Instituto Argentino de la Energia.
 
De acordo com o pesquisador, as duas maiores fontes energéticas da Argentina são o gás natural, seguido pelo petróleo.
 
As reservas dos dois combustíveis, contudo, vem caindo de forma contínua nos últimos anos. “Essa situação tem se agravado nas últimas décadas e não há sinais de que era irá melhorar”, avaliou Rabinovich.
 
Para atender ao aumento da demanda de energia até 2020, estimada em 2,5% ao ano, será preciso promover mudanças na matriz energética do país, aumentando a participação dos biocombustíveis, de modo a diminuir a dependência das importações de gás natural, diesel, óleo e gasolina, apontou o pesquisador.
 
“Os biocombustíveis, principalmente o biodiesel de soja, começaram a ter uma participação importante na matriz energética argentina a partir do início dos anos 2000”, disse Rabinovich.
 
“Atualmente, a participação do biodiesel e do etanol na nossa matriz energética é de 3%, mas é muito significativa e tem grandes perspectivas de crescimento nos próximos anos”, avaliou.
 
O país é atualmente o quarto maior produtor e o terceiro maior exportador mundial de biodiesel à base de grãos de soja, à frente dos Estados Unidos e da Indonésia, e detém 60% do comércio mundial do produto.
 
Em um período de três anos, a capacidade de produção de biodiesel do país quadruplicou, passando de 660 mil toneladas, em 2007, para cerca de 2,4 milhões, em 2010.
 
“As iniciativas de produção de biocombustíveis na Argentina são muito recentes, mas hoje já são produzidos 3,6 milhões de toneladas do produto no país, voltados, em grande parte, para exportação”, disse Carlos Querini, pesquisador do Instituto de Investigaciones em Catálisis y Petroquímica do Conicet e professor da Universidad Nacional del Litoral.
 
Segundo Querini, um dos fatores que contribuíram para promover a produção de biocombustíveis na Argentina foi a aprovação de uma lei, em 2006, que estabeleceu a obrigatoriedade da adição de uma porcentagem mínima de 5% de biodiesel no óleo diesel e da mesma fração de etanol na gasolina.
 
Fonte:Agência Fapesp
 



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