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Entrevistas / Luiz Eduardo T. Brandao
 
  O sucesso da exploração em águas profundas e as descobertas do pré-sal foram fruto deste investimento em pesquisa
Luiz Eduardo Brandão, coordenador do Núcleo de Pesquisa em Energia e Infraestrutura da PUC Rio fala sobre os serviços de Pesquisa e Desenvolvimento no setor de óleo e gás

Coordenador do Núcleo de Pesquisa em Energia e Infraestrutura da PUC-RJ
Nupei
24/05/2013
Rodrigo Leitão
 
 
Macaé Offshore: O Núcleo de Pesquisa e Infraestrutura (Nupei) do IAG PUC-Rio promoveu, a mesa-redonda “Investment Decision quality in oil & Gas”, com alguns palestrantes internacionais e com professores da própria Universidade. Qual a importância desses debates para o mercado de óleo e gás, energia etc?
 
Luiz Eduardo T. Brandao: Este tipo de debate é fundamental para o aprimoramento do mercado e desenvolvimento de melhores metodologias para melhorar a qualidade das decisões de investimento nesta área, ao possibilitar a troca de ideias entre os participantes e interessados no setor. Contribui também para dar visibilidade a esta indústria e atrair novos talentos para estas carreiras no Brasil.  A participação de palestrantes internacionais enriquece o debate com os relatos das experiências de outros países e troca de informações.
 
M.O - O NUPEI foi criado pelo IAG – A Escola de Negócios da PUC Rio para ser um centro de excelência em pesquisa e ensino de temas ligados à Energia e Infraestrutura no Brasil. Como o Sr avalia o setor de pesquisa e desenvolvimento no setor de óleo e gás no país atualmente?
 
Luiz Eduardo - A Petrobras tradicionalmente tem sido a líder em pesquisa na área de óleo e gás no Brasil  com o significativo investimento realizado através do CENPES, até pela posição de monopólio que detinha até meados da década de 90. O sucesso da exploração em águas profundas e as descobertas do pré-sal foram fruto deste investimento em pesquisa. Com a entrada de novas empresas no mercado, aos poucos os investimentos em pesquisa nesta área deixam também de ser monopólio estatal e passam a ser realizados também por outras empresas do setor. A BG Group, por exemplo, está construindo um centro de pesquisa no Rio de Janeiro que será inaugurado ainda este ano. 
 
Por outro lado, esta pesquisa tem sido direcionada principalmente para a solução de problemas tecnológicos, que são relevantes. Mas o estudo de como as decisões de investimento nesta área são realizados e a sua modelagem financeira não tem merecido a mesma atenção. Uma análise de 475 megaprojetos realizados na área de Óleo e Gás indica que 75% destes projetos tiveram resultados abaixo do estimado inicialmente. Dado o grande volume de recursos que estes projetos envolvem, isso representa bilhões de dólares.
 
Um dos problemas é que existem muitas incertezas nestes investimentos que vão desde incertezas técnicas, principalmente as referentes às características do subsolo e do reservatório, e as de mercado, como qual será o preço futuro do hidrocarboneto. Um agravante é que os modelos utilizados pela indústria na maioria das vezes ainda não incorporam as novas técnicas desenvolvidas no meio acadêmico sobre análise de decisões, flexibilidade em projetos e modelagem das incertezas. Uma melhoria na qualidade destas decisões pode representar um grande impacto no resultados destes investimentos. A contribuição que o NUPEI traz para esta discussão é exatamente como podemos melhorar este processo decisório em megaprojetos de investimento.
 
M.O -  Multinacionais da área de energia estão instalando suas bases de P&D na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro por estarem mais próximos à Bacia de Campos, consequentemente Macaé, considerada a capital o petróleo brasileiro. Qual a sua opinião sobre os polos tecnológicos?
 
Luiz Eduardo - Polos tecnológicos são uma excelente forma de promover a pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias no setor ao criar uma massa critica de profissionais altamente qualificados nesta área. Basta você olhar para o exemplo do Vale do Silício na Califórnia, que foi criado a partir dos centros de pesquisa implantados ao redor da Universidade de Stanford e também da própria universidade para podermos vislumbrar a importância e o impacto que a pesquisa traz para o aprimoramento da sociedade. Inúmeras tecnologias e importantes empresas de hoje cresceram a sombra da pesquisa feita naquela região.
 
Empresas como Hewlett Packard, Apple, Cisco, Intel, Sun Microsystems, Oracle, Yahoo devem a sua existência à criação deste polo tecnológico  e da Universidade. No Brasil, temos agora uma oportunidade única para alavancar a pesquisa aplicada à indústria através dos recursos de P&D das empresas do setor de Óleo e Gás estabelecidos pela ANP e também pela ANEEL, no setor elétrico. Com isso, o Rio de Janeiro já começa a contar com uma massa critica de centros de pesquisa.
 
M.O - Um tema bastante espinhoso, e quem vêm afastando investidores estrangeiros do Brasil é a resolução obrigatória prevista pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) sobre o conteúdo local. Como o Nupei minimiza ou assessora essas companhias em busca dessa obrigatoriedade? Há muitas queixas sobre a burocracia brasileira em torno do setor de óleo e gás?
 
Luiz Eduardo - O obrigatoriedade de conteúdo local é uma forma que o governo vislumbrou para garantir que os benefícios das novas descobertas de petróleo fiquem majoritariamente no Brasil. Não é muito diferente do que fazem diversos países em setores considerados estratégicos.  
 
A dificuldade maior é no inicio, quando se está ainda buscando a capacitação e competência na produção de conteúdo local, mas aos poucos a indústria vai se qualificando para suprir as demandas dos novos investimentos. Nesse sentido, o NUPEI colabora com as empresas para desenvolver a capacitação dos seus quadros através tanto de projetos específicos de P&D quanto de treinamento dos recursos humanos em cursos de mestrado, doutorado e executivos. Por outro lado, entendo que esta proteção não deve ser indefinida, a fim de não perpetuar ineficiências como ocorreu na época da política de substituição das importações na década de 70 e 80.
 
M.O - A Petrobras anunciou recentemente seu Plano de Negócios 2013-2017. O setor de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) não foi uma área tão beneficiada quanto se esperava quanto o de Exploração e Produção. O Sr acredita que as companhias nacionais estão perdendo uma boa oportunidade de diminuir os prejuízos no futuro, investindo em P&D?
 
Luiz Eduardo - O investimento em P&D tem um enorme efeito multiplicador para as empresas, e muito provavelmente a Petrobras sem o investimento realizado no CENPES ao longo das ultimas décadas não teria alcançado o sucesso que obteve nos seus investimentos offshore. Por outro lado, o pesado investimento exigido para o desenvolvimento dos campos do pre-sal aliado a outros investimentos vultosos que estão também sendo realizados criam demandas sobre o caixa da empresa que acabam afetando outras áreas. Entendo que é uma situação temporária, que certamente será revertida no futuro. 
 
M.O - Energias renováveis é o futuro de todo país que quer diminuir seus percentuais de gás carbono. Tivemos essa semana a 11ª Rodada dos blocos de petróleo em 11 Bacias espalhadas pelo território brasileiro. Leilões como esses são contraditórios com a política do governo brasileiro? Há espaço para todos ou o setor de óleo e gás será sempre privilegiado?
 
Luiz Eduardo - Embora os problemas ambientais decorrentes do uso de hidrocarbonetos para fins energéticos sejam conhecidos, ainda não chegou o momento em que o mundo pode prescindir desta fonte de energia. Afinal, existem fortes indícios que há quantidades significativas de petróleo nos campos licitado, e não há porque ignorar o seu potencial comercial.
 
Por outro lado, o pais não pode deixar de investir também em fontes alternativas, pois a necessidade de diversificar a sua matriz energética é premente, como ficou claro nestes últimos meses quando verificou-se que os níveis dos reservatórios do Sudeste e Centro Oeste ficaram aquém dos seus níveis normais ao fim do período chuvoso. O setor de energia é um setor que envolve grandes riscos para as empresas pela sua própria natureza, e isso é parte do jogo. Um risco maior para as fontes renováveis, por exemplo, é a tecnologia de extração de gás do xisto nos EUA, que fez com que os preços despencassem devido à abundancia de oferta deste gás. Os preços atuais deste gás nos EUA torna inviável qualquer forma de energia alternativa atualmente.
 

 
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