Houston (EUA) - A necessidade de importação de combustíveis para atender a demanda do Brasil provocou um aumento das exportações da Petrobras América para sua controladora. No ano passado, a refinaria da Petrobras em Pasadena, no Texas, vendeu 10% da produção de gasolina e diesel para o Brasil. Este ano, a previsão é de aumentar em duas vezes e meia as exportações de gasolina para o Brasil, saltando dos 3,5 milhões vendidos em 2011 para 9 milhões de barris. As exportações de diesel também vão mais que dobrar, passando de 3,6 milhões para 8 milhões de barris.
O presidente da Petrobras América, José Orlando de Azevedo, explica que a exportação vai aumentar porque a produção da refinaria no ano passado foi afetada por dois acidentes. Em setembro, a unidade de destilação ficou 30 dias parada para recuperação. E em dezembro, o problema foi com a unidade de coqueamento, que pegou fogo.
"O seguro da refinaria de Pasadena foi ativado e já estamos providenciando a recuperação da unidade de coqueamento", explicou Azevedo. "Em ambos os casos não houve danos às pessoas e a pronta resposta pelas equipes de combate garantiram a segurança da nossa força de trabalho", emendou Azevedo.
A refinaria de Pasadena tem capacidade de produzir 100 mil barris de combustíveis por dia. É a mesma capacidade da unidade da Petrobras em Okinawa, no Japão e maior que a de Bahia Blanca, na Argentina, que é capaz de processar 30 mil barris. A unidade japonesa já foi colocada a venda pela estatal brasileira.
Fernando Cunha, gerente executivo da Petrobras responsável pelas Américas, África e Eurásia, explicou que sem a unidade de coqueamento a carga processada será menor, de aproximadamente 90 mil barris diários de combustíveis, já que a refinaria terá menos capacidade de produzir diesel. Mas isso não deve afetar as vendas para o Brasil, garantiu Azevedo.
A refinaria da Petrobras no Texas utiliza petróleo americano produzido em campos terrestres nos Estados Unidos e também óleo africano produzido no campo de Akpo, na Nigéria, do qual sua controladora tem uma participação acionária de 16%, e Girassol, em Angola. Mas Azevedo disse que a tendência é comprar mais petróleo leve americano, já que a produção e a oferta, naquele país, está aumentando rapidamente com a exploração comercial do óleo de xisto.
A Petrobras América não usa muito petróleo pesado exportado pela controladora porque sua configuração só permite o processamento de óleo leve.
Na direção contrária, os Estados Unidos absorveram 40% das exportações de petróleo da Petrobras no ano passado. A receita da estatal brasileira com exportações para os Estados Unidos até novembro, último dado disponível, foi de US$ 6 bilhões, resultado das exportações de aproximadamente 57,6 milhões de barris de óleo cru. No consolidado de 2010, as exportações totais da Petrobras somaram 79,6 milhões de barris e renderam uma receita pouco superior, de US$ 6,1 bilhões.
Fonte:Valor Econômico / Cláudia Schüffner
|