A Petrobras pretende inaugurar em novembro um sistema submarino de separação de água e óleo que promete aumentar o fator de recuperação dos campos em atividade, informou o diretor de Exploração e Produção da estatal, Guilherme Estrella. "Esse será um protótipo e estamos apostando muitas fichas nele. Se der certo, vai ser uma ferramenta crítica e decisiva para a melhoria da produtividade e manutenção dos campos mais antigos", disse o executivo a jornalistas após participar de evento no Rio.
"Isso nunca foi feito pela Petrobras, e no local como o escolhido e com essas características será a primeira vez no mundo", acrescentou Estrella. Batizado de SSAO (sigla para Separador Submarino de Água e Óleo), o equipamento será testado pela primeira vez na primeira quinzena de novembro no campo de Marlim, na Bacia de Campos, a cerca de mil metros de profundidade.
"Já preparamos um poço para isso e será a primeira vez que aplicaremos esse protótipo. Ele vai separar água de óleo, e também um pouco de areia que tem em Marlim", disse Estrella. "Ele vai separar areia, água, reinjeta a água em outro poço e só sobe óleo e gás para a plataforma." O sistema faz parte de um conjunto de inovações que a Petrobras desenvolve para elevar a eficiência nas operações. O presidente da companhia, José Sergio Gabrielli, já havia comentado sobre o separador de água e óleo em outra oportunidade.
"Ao invés de levar 40 por cento de água para a superfície, você separa lá no fundo. Vai reduzir a limitação de processamento de líquidos na superfície. Poderemos reduzir o investimento na superfície", afirmou recentemente.
Declínio nos campos
Estrella explicou que parte da separação de óleo, gás, água e areia, que hoje é feita na plataforma, passará a ser feita embaixo d'água. "Se você tira a água no fundo do mar, o caminho (do óleo para a superfície) é mais leve. A recuperação do poço é muito maior e vai aumentar a produção."
Segundo ele, se o sistema pioneiro for aprovado, a Petrobras pretende difundi-lo pelos demais campos da empresa.
Estrella disse que campos da Petrobras têm um declínio médio anual de 10 por cento e, em caso de sucesso da nova tecnologia, a vida útil dos poços poderia ser alongada.
Fonte: O Globo Online
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