O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, afirmou nesta terça-feira que pretende realocar recursos do braço de participação da instituição financeira, o BNDESPar, para as linhas prioritárias do banco de fomento.
“Não precisamos carregar R$ 40 bilhões de Petrobras”, disse em participação no 20º CEO Conference Brasil 2019, promovido pelo BTG, referindo-se à participação aproximada do BNDES na petroleira via BNDESPar.
“Hoje, uso capital do banco para ajudar a Petrobras”, afirmou, dizendo também que a empresa se recuperou financeiramente. “Isso acabou. A Petrobras não precisa da gente.”
Levy afirmou também que instituição de fomento continuará apoiando pequenas e médias companhias. “Não há capitalismo sem pequenas e médias empresas.”
Segundo ele, “essa história de emprestar para grandes empresas, só porque tem dinheiro parado”, não acontecerá mais. “Não tem mais tanto dinheiro parado no BNDES”, disse.
Levy afirmou também que a existência de “bons projetos” continua sendo a principal exigência para que o banco empreste recursos. “Estamos estabelecendo comitês que deem mais clareza à decisão” de emprestar, disse.
Para Levy, a prioridade do banco a partir de agora será o financiamento de infraestrutura, que, segundo ele, deverá por sua vez ser “o principal driver” de crescimento da economia brasileira. “Como vou usar esse capital para ele dar lucro e facilitar o investimento em infraestrutura?”, questionou.
Ele também defendeu a aprovação do novo marco legal do saneamento básico. “Vamos trabalhar juntos” para isso, disse.
Ainda assim, ele afirmou que há espaço para que o mercado de capitais ajude o BNDES no financiamento de infraestrutura, por exemplo. “Queremos ver debêntures apoiando a [Ferrovia] Norte-Sul”, disse.
O presidente do BNDES reforçou também a necessidade de aprovação da reforma da Previdência.
“Trazer previsibilidade fiscal é indispensável para que o mercado tome riscos [e invista em prazos] mais longos”, afirmou. Ele afirmou ainda que o banco irá brigar para recuperar recursos perdidos em empréstimos feitos a países como a Venezuela.
Fonte: Valor Econômico
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