Macaé (RJ) - Foram quatro dias de imersão nas águas profundas dos negócios do setor oil & gas e em plataformas de conteúdo. Para expositores, parceiros e visitantes, a 8ª edição da Brasil Offshore foi uma surpresa bastante positiva e trouxe boas perspectivas para o cenário econômico nacional. Os quatro dias de evento reuniram 700 marcas expositoras e cerca de 50 mil pessoas circularam nos pavilhões da feira.
Nesta edição houve um acréscimo de aproximadamente 3% dos profissionais em cargos de diretoria e com maiores qualificações. “Houve um ganho considerável no perfil do visitantes com mais potencial de compra e poder de decisão”, enfatiza Igor Tavares. Somado o poder de compra do público visitante com o montante da Rodada de Negócios, a Brasil Offshore 2015 gerou negócios na ordem de R$ 600 milhões, que ao longo de 24 meses chegará ao montante esperado de R$ 1bi.
Um levantamento feito após a Rodada e Negócios, organizada pela ONIP, mostrou que 91% das reuniões foram avaliadas pelas âncoras como sendo acima da média, com ótima e boa expectativa de negócios para os próximos 12 meses. A rodada contou com 20 empresas âncoras – Alphatec, Nuclep, Delp, FMC, Sotreq, Oil States, Shell Materiais, Queiroz Galvão, UTC, Schlumberger, Teekay, Subsea 7, Wartsila Brasil, Shell Serviços, Techint, GE Óleo e Gás, Expro, Halliburton, Transpetro e Petrobras UO-BC –, 113 fornecedores e foram realizadas 445 reuniões em dois dias de rodada. A partir da compilação de dados feita no último dia da Rodada de Negócios, realizada quarta-feira e quinta-feira, a expectativa é gerar, em um ano, 222 milhões e 500 mil reais contra os R$ 196 milhões da edição de 2013.
O prefeito de Macaé, Dr. Aluízio (PMDB) disse que esse resultado mostra que, apesar do cenário complexo, de incertezas e de toda pressão que o mercado vive hoje, existe uma onda de otimismo, a percepção de melhora no médio, longo prazo, e, principalmente, mostra que a indústria nacional de petróleo – sobretudo a sua cadeia de fornecedores – quer reagir e superar a crise. “É preciso continuar trabalhando e investindo. Estamos vivendo um ciclo de ajustes causado por fatores externos, como a desvalorização do barril de petróleo no mercado mundial, a diminuição dos investimentos e de projetos no Brasil e a crise econômica do país, mas após esse período, tenho certeza que a indústria irá retomar o seu rumo de forma sustentável", afirma.
Plataforma de novos conteúdos
A 8ª edição da Brasil Offshore foi marcada pela plataforma de novos conteúdos. A Conferência do IBP e SPE levou centenas de profissionais para assistir palestras sobre as perspectivas para a revitalização de campos maduros. Os temas giravam em torno das evidentes oportunidades encontradas na Bacia de Campos, que está em produção desde os anos 1980, cobrindo novas maneiras e potenciais tecnológicos a serem aplicados para ampliar a vida útil dos campos.
O inédito Espaço do Conhecimento Offshore, montado no meio da feira e com uma programação gratuita em todos os dias da feira, trouxe expositores/parceiros especializados à frente de palestras sobre novas tecnologias e produtos e serviços. “Venho à feira para me capacitar. Gostei muito desse espaço e as palestras foram bem produtivas. Não só para ampliar o leque de conhecimento, mas também para se inteirar das novidades do setor”, disse a tradutora Márcia Buckley.
A Brasil Offshore também foi palco de uma competição acadêmica promovida pela Society of Petroleum Engineers (SPE). O concurso regional de artigos científicos reuniu alunos de graduação, mestrado e doutorado que competiram entre si apresentando trabalhos sobre temas relacionados ao setor oil & gas. “O vencedor vai para Houston, nos Estados Unidos, concorrer no Concurso Student Paper International, com as despesas pagas pela SPE”, explica o presidente da empresa, Guilherme Castro.
Visão dos expositores
Na opinião dos expositores, a Brasil Offshore 2015 foi uma surpresa positiva. Apesar do atual cenário econômico, os principais players do mercado compareceram nos quatro dias de evento. Para o suporte técnico da marca Mobil, licenciada para a Cosan Lubrificantes e Especialidades, Edmundo Rissi, esse momento de instabilidade vai passar.
“Continuamos fazendo muitos contatos e nossos clientes sempre vêm nos prestigiar. A feira é importante também para aproximar as escolas das empresas. O ideal é trazer pra perto os formadores, porque é do interesse do mercado que esses futuros profissionais venham com uma base sólida e correta”, comenta.
“Participamos do evento com objetivo de promover e desenvolver parcerias tecnológicas e de inovação com empresas brasileiras para o mercado local, em médio e em longo prazos. E também a internacionalização de empresas brasileiras em parceria com as francesas. É um trabalho de mão dupla, dinamizando o mercado”, disse o representante comercial da Embaixada da França, Hamza Belgourari.
Da redação
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