Brasília (DF) - Sob pressão para tomar uma atitude após a divulgação de nomes citados pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa no processo de delação premiada, a CPI mista da Petrobras marcou para a próxima quarta-feira (17) o depoimento dele. A comissão terá ainda de negociar com a Justiça do Paraná como será feita a transferência de Costa, que está preso. Os parlamentares decidiram ainda fazer uma petição para que a CPI atue como parte no processo de delação premiada e solicitou uma audiência com o ministro Teori Zavascki, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF).
As medidas foram anunciadas pelo presidente da comissão, Vital do Rêgo (PMDB-PB), após uma reunião com líderes partidários e integrantes da CPI. Reservadamente, os parlamentares admitem que será difícil avançar na investigação porque o acordo de delação premiada de Costa é com o Ministério Público e ele pode alegar isso para não se pronunciar na comissão. Preveem ainda resistência do Judiciário em conceder o compartilhamento imediatamente, como deseja a CPI. O presidente da comissão, porém, ressalta que a Constituição confere poderes de investigação ao colegiado e, por isso, os parlamentares teriam direito a acessar o conteúdo dos depoimentos.
— A CPI tem poderes constitucionais para isso — ressaltou Vital do Rêgo.
A comissão já pediu por meio de ofício o acesso aos documentos. O ingresso de uma petição visa reforçar este objetivo. Vital afirmou durante a entrevista após a reunião que tem insistido para ser recebido por Zavascki para tratar do tema. A audiência ainda não foi marcada.
Costa já mencionou em seus depoimentos deputados, senadores, governadores e ao menos um ministro. A revista “Veja” afirma que estão na lista de Costa o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, a governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), os ex-governadores Sérgio Cabral (PMDB) e Eduardo Campos (PSB), os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), os senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e Romero Jucá (PMBD-RR), os deputados João Pizzolatti (PP-SC) e Cândido Vaccarezza (PT-SP), o ex-ministro das Cidades Mario Negromonte (PP-BA), além do secretário de Finanças do PT, João Vaccari Neto.
Fonte: O Globo
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