A estimativa de especialistas do setor é que, até 2030, os investimentos nos blocos que devem ser concedidos na 14ª rodada e nos que já foram leiloados no Estado alcance a cifra dos R$ 50 bilhões.

 

A expectativa é que especialmente os blocos em mar tenham disputa entre os interessados, já que estão em áreas adjacentes a produtores de volumosas cifras de óleo, como é o caso do bloco C-M-210, localizado em parte na área capixaba da Bacia de Campos e que tem potencial para descobertas no pré-sal.

 

Dos R$ 344 bilhões previstos a serem investidos nos próximos 10 anos nos blocos concedidos em todo o Brasil na 14ª rodada, entre 10% e 20% devem ser injetados na economia capixaba, explica o secretário de Petróleo e Gás e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix.

 

“A indústria de petróleo no Espírito Santo pode manter pelo menos 10 mil empregos diretos e indiretos. Setor hoteleiro, restaurantes, portuário, metalmecânico, todos ganham dinamismo. A retomada do setor no país reflete na economia do Espírito Santo, porque vários fornecedores estão no Estado. A soma desses três leilões vão fazer com que a gente entre em 2018 em outro patamar”.

 

O consultor Durval Vieira de Freitas, da DVF Consultoria, conta que uma comitiva do Estado vai à rodada para “fortalecer networking, conhecer os players e colocar o Estado à disposição”. “O setor metalmecânico está sentindo muito a queda dos investimentos. Há muito potencial de gerar empregos no longo prazo, pois o investimento no setor é crescente. É um setor que movimenta muito dinheiro e exige mão de obra de melhor qualidade”.

 

A indústria de óleo e gás representa 28% do valor da produção industrial capixaba, conforme dados do Fato Econômico Capixaba, boletim divulgado pela Findes.

 

O diretor-executivo do Instituto de Desenvolvimento Industrial do Espírito Santo (Ideies), Marcelo Saintive, avalia que é por isso que a retomada do setor representa tanto para a economia do Estado.

 

“O leilão vai gerar muitos negócios para fornecedores da indústria, uma cadeia produtiva. Hoje o setor precisa de retomar o nível de investimentos que vinham acontecendo. A crise refletiu muito no setor no Estado, e daí a relevância do leilão, que pode reverter essa tendência. O mercado está animado. Estou otimista pelo leilão dos blocos capixabas. São blocos que têm potencial”, analisa.