Com o crescimento da produção no pré-sal, o volume de petróleo devido por petroleiras à União já ultrapassa os 15 milhões de barris, o que valeriam cerca de R$ 2,4 bilhões nas cotações atuais.
Esse óleo, porém, não está sendo vendido pelo governo, que ainda negocia a contratação de uma empresa para realizar as operações de venda.
Trata-se de petróleo produzido em reservatórios que se estendem para além dos limites de quatro concessões adquiridas no passado, entre elas os dois maiores campos do país, Lula e Sapinhoá, e Tartaruga Verde e Nautilus.
Os três primeiros são operados pela Petrobras, e o último, pela Shell.
Como não são donas de parte do reservatório, as empresas tiveram que fechar acordo com a PPSA (Pré-Sal Petróleo SA), estatal criada para gerir os interesses da União no pré-sal, que define qual fatia da produção ao qual o governo tem direito.
No caso de Lula, o maior campo produtor do país, são apenas 0,551%. Em Sapinhoá, segundo maior campo, são 3,7%. Em Tartaruga Verde são 30,65%, e, em Nautilus, 7,6%. Os percentuais equivalem à parcela do reservatório que se encontra fora da área de concessão.
Essa situação ocorre, principalmente, porque os blocos exploratórios foram a leilão antes da descoberta do pré-sal e foram desenhados de acordo com o potencial de reservas acima do sal.
Após a descoberta do pré-sal, as petroleiras perceberam que os reservatórios eram diferentes do desenho dos blocos, se estendendo para além das áreas concedidas.
Em seu relatório de 2016, divulgado na última quinta (24), a PPSA informa que a fatia da União na produção desses campos somava 11,6 milhões de barris ao fim do ano –a maior parte vem de Sapinhoá (7,2 milhões de barris).
Considerando a produção do primeiro semestre nos quatro campos, o volume acumulado chega a 15,2 milhões de barris. Seria suficiente para encher sete superpetroleiros do tipo VLCC (usados para o transporte de petróleo em longa distância).
Fonte: Folha de São paulo
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